Nesta semana, o prefeito de Paraíso do Tocantins, Celso Morais (MDB), esteve em Brasília participando da XXIV Marcha dos Gestores e Legislativos Municipais, promovida pela União dos Vereadores do Brasil (UVB). Oficialmente, tratava-se de uma agenda municipalista. Nos bastidores, porém, o movimento pode ser lido como mais um o rumo a um novo destino: a Câmara dos Deputados.
A capital federal pode se tornar sua próxima morada política. As articulações já começaram, mesmo que o prefeito não verbalize isso abertamente. Seus aliados, no entanto, falam com mais clareza: o nome está no jogo de 2026.
Na semana anterior, Celso encadeou compromissos estratégicos: ao lado do senador Irajá Abreu (PSD) em uma inauguração em Paraíso; depois, em Palmas, em reunião com a senadora Dorinha Seabra (União Brasil); e à noite, dividiu palanque com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) no evento do Ruraltins. Três encontros, três partidos, uma só mensagem: articulação ampla e pragmática.
Esse trânsito entre lideranças de diferentes espectros é o traço mais evidente do perfil que Celso tem desenhado: o de um político com base sólida, mas sem amarras ideológicas. Em 2024, consolidou a hegemonia local com mais de 80% dos votos e, ao mesmo tempo, reposicionou-se no cenário estadual ao selar a paz com o Palácio Araguaia. O vice-prefeito Ubiratan, hoje no secretariado estadual, simboliza essa reconciliação.
A equação é direta: Paraíso + G5+ + senadores aliados + proximidade com o governador = viabilidade de uma candidatura federal. E mais: Celso conta com um trunfo raro — a capacidade de dialogar com todas as forças, de Irajá a Eduardo Gomes (PL), ando por Dorinha e Wanderlei. Isso o coloca numa posição privilegiada em um Estado onde os acordos pesam tanto quanto os votos.
Celso Morais tem apenas 38 anos, mas já demonstra maturidade política e visão estratégica. Gosta de chamar isso de “boa política”. Seus adversários preferem outro nome: “jogo de cena”. O fato é que ele tem conseguido resultados. Em seis meses, saiu da oposição ao governo estadual para um dos círculos mais próximos do governador.
O futuro? Está em construção. Mas o caminho está pavimentado: popularidade em alta, apoio regional, trânsito entre lideranças e um currículo de gestão bem avaliada. Se continuar nesse ritmo, Celso não baterá à porta da Câmara em 2026 — chegará com a chave em mãos.
Quando abril de 2026 chegar, Paraíso poderá estar se despedindo do prefeito para saudar um novo deputado federal. E, se assim for, em janeiro de 2027, Celso Morais pode muito bem ocupar uma cadeira no Congresso com o mesmo discurso de sempre: “o trabalho está só começando”